Reologia aplicada ao transporte de rejeitos: impactos da concentração, percentual de ultrafinos e fluidez da pasta mineral
- Marketing Team

- 19 de set.
- 3 min de leitura
Em entrevista exclusiva, Igor Junqueira comenta os bastidores da pesquisa apresentada na Rio Pipeline 2025 e explica como a reologia aplicada pode transformar operações de pastefill em processos mais seguros e eficientes.

Após a apresentação na Rio Pipeline 2025, que destacou a importância da avaliação reológica para operações de pastefill, a Blossom traz uma entrevista exclusiva com Igor Junqueira, Coordenador de Engenharia e responsável pelo Laboratório de Reologia da empresa.
O especialista em sistemas de bombeamento compartilha detalhes práticos do estudo e explica como os resultados se traduzem em ganhos de eficiência e segurança para mineradoras.
O limite entre fluidez e falha
Pergunta: O estudo identifica um limite de concentração para a pasta de cobre. O que acontece quando uma operação ultrapassa esse limite, e como a análise da Blossom pode ajudar a prevenir situações como esta?
Igor Junqueira: O limite crítico é o ponto em que a pasta, deixa de se comportar como um fluido e começa a se comportar como um sólido. Ultrapassá-lo significa que a tensão de escoamento aumenta exponencialmente, e a bomba precisa de uma energia absurdamente maior para mover o material. É como tentar bombear concreto sólido. Nossa análise de laboratório identifica esse ponto exato e nos permite determinar a faixa operacional segura, garantindo que o cliente não opere às cegas, forçando o sistema até o ponto de falha.

O papel decisivo das partículas ultrafinas
Pergunta: O artigo menciona que a presença de partículas ultrafinas é um dos maiores desafios. Por que essas partículas, tão pequenas, causam um impacto tão grande, e como a Blossom mede esse risco?
Igor Junqueira: As partículas ultrafinas possuem área superficial muito maior se comparada com partículas grosseiras, necessitando de muito mais água entre as partículas para escoar, fazendo com que o material se torne mais coeso e, consequentemente, mais difícil de bombear. Usamos técnicas avançadas de difração a laser para mapear a distribuição granulométrica e, em seguida, correlacionamos esses dados com os testes reológicos. Essa abordagem diagnóstica nos permite quantificar o risco e recomendar soluções como a classificação do material, otimizando o processo.
Entre força e eficiência: o impacto do cimento
Pergunta: O estudo também analisou diferentes proporções de água e cimento. Quais os principais aprendizados?
Igor Junqueira: Observamos que aumentar o teor de cimento pode acelerar o ganho de resistência mecânica, mas, ao mesmo tempo, aumenta muito a viscosidade e a tensão de escoamento da pasta. Isso significa mais dificuldade de bombeamento e maior consumo de energia. É preciso buscar um equilíbrio entre desempenho estrutural e eficiência operacional, adaptando a formulação às condições específicas de cada mina.

Monitoramento em campo: da teoria à prática
Pergunta: Além dos ensaios laboratoriais, vocês testaram ferramentas de monitoramento direto em campo. O que foi validado nesse processo?
Igor Junqueira: Confirmamos que o slump test, quando adaptado, pode ser uma ferramenta prática e confiável para medir a consistência da pasta em campo. Ele se correlaciona muito bem com os resultados de laboratório e permite ajustes rápidos durante a operação. Esse tipo de diagnóstico em tempo real é fundamental para evitar interrupções e reduzir custos.
O Laboratório de Reologia da Blossom
Além da pesquisa apresentada, a Blossom conta com um dos laboratórios mais completos do setor, estruturado para apoiar mineradoras no diagnóstico e otimização de sistemas de bombeamento. Nele são realizados testes fundamentais para compreender e prever o comportamento das polpas minerais:
Granulometria (peneiramento e difração a laser)
Reologia (determinação de viscosidade e tensão de escoamento)
Ângulo de repouso
Penetração (grau de compactação e retomada de dutos)
Corrosão (taxa de corrosão em contato com tubulações)
Sedimentação
Densidade dos sólidos
pH da amostra
Abrasividade de Miller (perda de massa em bloco metálico padrão)
Forma da partícula
Filtragem (dimensionamento de filtros a vácuo)
Esses ensaios permitem simular as condições reais de transporte em minerodutos e rejeitodutos, oferecendo informações confiáveis para garantir segurança, eficiência e sustentabilidade em operações de grande porte.
Para desenvolver projetos embasados por testes completos e aumentar a eficiência e durabilidade do seu sistema de transporte de polpa, os clientes podem entrar em contato com a Blossom através do e-mail comercial@blossomconsult.com
Da ciência para a operação

Os bastidores da pesquisa apresentados por Igor deixam claro que a reologia aplicada é um diferencial competitivo. Ao mapear riscos, identificar limites críticos e validar soluções em laboratório e em campo, a Blossom ajuda mineradoras a transformar variáveis complexas em decisões estratégicas e seguras.



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